NOSSA
HISTÓRIA
A origem da Orquestra Sinfônica de Piracicaba remonta ao último ano do século 19. Lázaro Lozano foi o primeiro regente da orquestra da cidade, cuja primeira apresentação ocorreu em 24 de março de 1900, na matriz de Santo Antônio.
No livro “História de Piracicaba em Quadrinhos”, Leandro Guerrini descreve a ocasião, no mínimo curiosa, do primeiro concerto daquele grupo: a celebração da missa pela alma do músico Roque do Prado, mandada rezar pelos seus amigos. Foi executada a marcha-fúnebre “Saudade de Almeida Júnior”, de Joaquim Miguel Dutra.
Nesse início de século, musicistas de excelente nível se apresentavam em reuniões lítero-musicais da sociedade piracicabana. Entre eles se destacavam Fabiano Lozano, irmão de Lázaro, e Benedito Dutra Teixeira.
Lozano era espanhol, radicado na cidade e professor na Escola Normal. Nos anos seguintes, assumiria papel de relevo no cenário artístico de Piracicaba, tornando-se nome de projeção nacional. Dutra, jauense, era também professor e ganharia, da mesma maneira, grande projeção.
Fabiano Lozano já́ tocava, com Erotides de Campos – ambos ainda adolescentes – na orquestra do irmão mais velho daquele, Lázaro Lozano, que se apresentava regularmente no Teatro Santo Estevão, inaugurado em 1906.
Um pouco mais tarde, Fabiano Lozano foi o principal idealizador da Orchestra do Theatro-Cinema de Piracicaba, criada em 1913. Entre seus fundadores figuravam nomes ilustres da cidade e da música nacional, como Erotides de Campos.
Esta orquestra ficou conhecida como Orchestra Lozano e seu primeiro concerto foi realizado no Salão Nobre da Universidade Popular de Piracicaba, no dia 12 de outubro de 1914. Entre seus componentes constavam Dutra, Erotides de Campos e Belmácio Pousa Godinho.
No final dos anos de 1920, segundo noticiário da época, músicos e comunidade preconizavam a criação da Orquestra Sinfônica de Piracicaba, ideia que, no entanto, ainda não vingou dessa vez.
Optou-se pela denominação de Orchestra Piracicabana em 6 de julho de 1929. Esta se filia à Sociedade de Cultura Artística, fundada há pouco tempo. Compunham essa orquestra, regida por Lozano, musicistas como Dutra, Leontino Ferreira de Albuquerque e Eduardo Salgado. Ainda em 1929, em 15 de outubro, a Orchestra Piracicabana e o Orpheon Piracicabano se apresentaram no Teatro Santo Estêvão, sob a regência de Lozano.
Em 1931, o maestro Lozano viaja para o Nordeste. Dutra assume a regência, mas também precisa deixar a cidade, na metade dos anos 40, para assumir cargo no Departamento de Educação, em São Paulo.
Em 1946, a orquestra é reorganizada pela Cultura Artística, tornando-se autônoma por solicitação de Jaime Rocha de Almeida, flautista e professor da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Com o nome de Orquestra Piracicabana de Amadores, passa a ser regida pelo maestro belga Edgard Van de Branden, que, algum tempo depois, muda-se para Campinas.
Os anos 50 marcam o retorno de Dutra que, reassumindo a regência, faz diversas apresentações. Esta década foi um período de intensa atividade musical, tendo aparecido, em 6 de janeiro de 1958, a Orquestra Rizzi, sob a regência do maestro Germano Benencase, italiano residente em Americana e professor do Colégio Piracicabano, onde se iniciam as atividades da nova orquestra.
Em 1962, falece Benedito Dutra Teixeira e, no ano seguinte, a Orquestra Rizzi realiza concerto em sua homenagem, na Società Italiana di Mutuo Soccorso.
Nessa época, a Orquestra Piracicabana de Amadores e a Orquestra Rizzi se unem, mas a fusão oficial se dá em 1965, adotando-se o nome de Orquestra de Amadores “Benedito Dutra Teixeira”, sob a direção de seu filho, Rossini Rolim Dutra, e Egildo Pereira Rizzi.
Esta Orquestra participou, em 1967, das festividades do 2o centenário da cidade, sob a regência de Rossini.
Após este período, o interesse pela Orquestra permanece, de maneira efetiva, sob a liderança dos irmãos Rizzi – Reginaldo, Rodolfo e Egildo – aos quais se soma Hélio Manfrinato, no início dos anos 90, consolidando-se o movimento pela sua ampliação.
Em 1991, inicia-se nova fase na vida da Orquestra, que chega a 50 músicos e realiza vários concertos. A partir de então, Hélio Manfrinato passa a ser o regente titular.
Em 1994, finalmente, o sonho dos anos 20 se concretiza e surge a Orquestra Sinfônica de Piracicaba, sob a direção de Hélio Manfrinato, Olênio Veiga e Egildo Pereira Rizzi.
De 15 de outubro de 1996 a dezembro de 2012, atuou como regente titular Egildo Pereira Rizzi. Nesse período foram promovidos espetáculos destinados à divulgação da música erudita, ao resgate da obra de autores nacionais e à valorização da cultura popular.
Após a morte de Egildo Rizzi, seu ex-aluno André́ Micheletti – que acabara de retornar de seu doutorado no exterior, assume a direção dos trabalhos da OSP, entre os anos de 2013 aos primeiros meses de 2014.
O maestro Jamil Maluf, piracicabano que atuou como diretor artístico do Theatro Municipal de São Paulo e criou a Orquestra Experimental de Repertório, torna-se diretor artístico e regente titular da OSP em julho de 2014, com Micheletti como regente assistente e diretor artístico associado.
Ambos são responsáveis por um trabalho de reestruturação da Orquestra, como admissão de instrumentistas profissionais e estagiários, além de programação especial para marcar, então, os 115 anos de história da OSP.
Em dezembro de 2020, Jamil Maluf deixa de ser o diretor artístico e regente titular da OSP, para se dedicar, em São Paulo, à Orquestra Experimental de Repertório. Na ocasião, torna-se maestro emérito da OSP.
Em janeiro de 2021, a OSP anuncia oficialmente o nome do maestro alemão Knut Andreas, de Potsdam, como diretor artístico e regente titular, enquanto André Micheletti permanece como diretor artístico associado.